sábado, 21 de dezembro de 2013

As TIC e a Biblioteca Escolar




Após mais de uma década de implementação do programa RBE, em fase de avaliação, e do PT, podemos afirmar que grande parte das bibliotecas escolares configuram espaços atrativos, incorporando no seu acervo uma miríade de documentos e recursos em vários suportes,onde coexiste uma  pluralidade de fontes de informação e ferramentas que lhes permitiriam dar resposta às exigências da sociedade atual, como espaço de conhecimento ou, como se afirma no documento “Lançar a rede de Bibliotecas Escolares”, como” um núcleo de organização pedagógica da escola”. Para Loertscher, a biblioteca hodierna, com o acesso à Web 2.0, perspetiva-se como uma “rede central” com “ tentáculos” que acedem a qualquer lado da escola e da comunidade educativa.
A biblioteca escolar, assim entendida como centro de aprendizagem, disponibilizando serviços e práticas em prol do sucesso educativo, implica uma mudança de paradigma e pressupõe o envolvimento de todos os atores/agentes educativos: diretor, PB, professores, alunos…
A web 2.0 não vem anunciar o fim das bibliotecas escolares, mas afirmá-los como espaços fundamentais nas sociedades democráticas, permitindo a todos o acesso ao saber e contribuindo para a formação de cidadãos autónomos, críticos e responsáveis, com competências para a aprendizagem ao longo da vida e preparados  para enfrentar o relativismo dos saberes , numa sociedade em que, como nos diz Todd “o ambiente da informação do século XXI é “complexo e fluido, conectivo e interactivo, diversificado, ambíguo e imprevisível…”.
Para além da optimização dos serviços, a web 2.0 constitui um elo de aproximação aos utentes/utilizadores/jovens que, nativos digitais, interagem e modelam identidades através dos media digitais e das redes sociais. A BE não pode ficar indiferente e impermeável às mudanças e exigências de uma sociedade em rede, e aos novos espaços e contextos de aprendizagem, às vivências e competências dos jovens de hoje. Aqui importa referir o seu papel fundamental na promoção da literacia nos alunos, ser nativo digital não se traduz necessariamente em competência digital( e tem sido amplamente retratada a dificuldade dos mesmos no âmbito da seleção e tratamento da informação…). Por sua vez, neste ambiente o utilizador hoje não é somente recetor  mas produtor, cocriador de conteúdos, interagindo com a BE/PB e os outros utilizadores.
No entanto a realidade parece apresentar panoramas diversificados, alguns muito distantes ainda desta Biblioteca. Vários estudos vêm comprovar o desfasamento geracional sentido por uma grande parte dos professores bibliotecários, não implicando tal facto que não estejam preparados para lidar com a evolução tecnológica. Quanto ao impacto das TIC, nomeadamente da Web 2.0, tudo aponta para um enquadramento digital bastante significativo das BEs, estando presentes em alguns canais de comunicação importantes como os blogues e as plataformas moodle, sendo que a presença em redes sociais como o facebook fica ainda um pouco aquém do esperado. A problemática da pesquisa de informação na internet e a segurança são preocupações das escolas. Os PBs e as escolas revelam estar conscientes da mudança no seu tipo de utilizadores e uma preocupação em manter-se atualizados e “ligados” com os mesmos na rede.
Neste contexto, o papel do PB tem, efetivamente  de mudar, de se adaptar,  de se ampliar. A sua função englobará, para além das competências em biblioteconomia, tecnologias e gestão da informação e competências pedagógicas, conhecimentos diversificados no âmbito da psicologia, economia, sociologia e ética, como referem Natividade  Santos  et al, em A Integração da web 2.0 nas Bibliotecas Escolares, assumindo-se como agente cultural e social.






Sem comentários:

Enviar um comentário